A gestão dos três mais importantes Centros de Referência da Mulher (CRM) de São Paulo corria o risco de ser terceirizada, ameaçando a qualidade do atendimento integrado para mulheres que sofrem violência. Pressionamos a secretária de direitos humanos do município e, em paralelo, movimentos parceiros entraram com uma ação judicial para questionar o edital de terceirização, que apresentava vários furos, e pedir a sua suspensão. Conseguimos barrar por hora a privatização dos CRMS - e seguiremos de olho neste caso.





Milhares de pessoas pressionaram contra a terceirização de 3 importantes Centros de Referência da Mulher (CRM) em São Paulo - e a nossa mobilização, junto de outras iniciativas do movimento organizado de mulheres, deu certo! Advogadas feministas apresentaram uma ação no Tribunal de Contas do Município demonstrando as irregularidades no edital de terceirização e expondo a total falta de diálogo por parte da gestão pública no decorrer desse processo. Agora, o edital está suspenso e a gestão dos CRMs segue sob responsabilidade da prefeitura pelo menos até o fim desse processo.

Os CRMs são espaços públicos totalmente dedicados a acolher mulheres que sofreram violência, oferecendo apoio jurídico e psicológico para que elas consigam romper com o ciclo de agressões, antes que a violência chegue à sua forma mais brutal, o feminicídio. A violência de gênero em São Paulo aumentou durante a pandemia, mas os recursos investidos em equipamentos públicos como os CRMs diminuíram.

Essa campanha foi feita pela Minha Sampa e pelo Mapa do Acolhimento. Agora, a equipe do Mapa vai seguir de olho neste caso e também em outras oportunidades de ação, para fortalecer equipamentos como o CRM, essenciais para impedir a escalada da violência e o feminicídio.










Desde a extinção da Secretaria de Política para Mulheres do Município de São Paulo, o orçamento para políticas públicas voltadas à mulheres que sofrem violência reduziu em mais de 10%., apesar da procura por esses serviços ter aumentado 31%. Com menos recursos, esses atendimentos complexos ficam enfraquecidos e as mulheres, fragilizadas.



O atendimento integrado das Casas de Referência, delegacias da mulher e outros serviços públicos especializados impede que elas precisem recontar e reviver a experiência traumática várias vezes. Privatizar esses serviços significa colocar cada unidade nas mãos de um gestor, prejudicando a integração, a qualidade e a eficiência do acolhimento.





Num país de desempregados, deixar as atuais servidoras à mercê do desemprego - ou de contratos flexíveis, sem direitos trabalhistas - é um descaso grande com essas profissionais, que já têm experiência, dedicação e vínculo com seus trabalhos de acolhimento e apoio às mulheres em situação de violência!